Ontem
Ò céus, que minhas lágrimas os ventos carreguem
Bem como ão de carregar meu corpo.
Bem a pouco, quase nada, éramos crianças
Bem a pouco, e ainda me lembro
Começamos a estudar, a nos apresentar... Era eu, eram eles, éramos nós
Crianças inocentes, destinos traçados
Cada dia uma diferença, um sorriso, uma crença...
Vivíamos inconseqüente... Sem maldade... Se noção da realidade
Vivíamos a teoria do ato... Que sempre gerava um fato, que terminava no poder punitivo dos pais
Brigas normais, choros casuais, risos banais
Assim o eramos a pouco, tão pouco.
Horas e dias, meses e anos... E assim vamos amadurecendo
E assim vamos esquecendo
Esquecendo o amor, o sorriso, a verdade, a amizade sem pretensão...
E vamos somente lembrando dos nossos desejos carnais... Do nosso bossal direito de poder ter
Nada mais acrescentamos à esta terra
Queremos aos poucos consumi-la...
Mais tempos....
Estamos mais velhos... Uns mais maduros.....outros nem tanto...
Já não temos mais tantos amigos
Já não seguimos mais o mesmo caminho
Já somos nós e eles outros
Nesse longo tempo de vida
Se passa por quase tudo
Assim se mostra que toda a vida é diferente
E por mais aparente, muito divergente
Ao final se pergunta
Se há sentido para a vida do homem, pois por vezes ele esquece da vida...
Da vida já não sei,
Pouco mais do que recordei
Recordações vivas
Umas amargas e outras felizes
Umas que dão saudade e outras nem tanto
Que o homem saiba que a vida
Verdadeiramente deve ser vivida.